Saúde Estadual divulga o primeiro LirAa de 2012

Pesquisa indica que o lixo doméstico, bebedouros de animais e pratinhos de plantas são os focos mais comuns de dengue no estado

Dos 74 municípios que realizaram o LirAa (Levantamento Rápido de Índices de Infestação para Aedes aegypti (LIRAa) em 2012, 30 apresentaram alto  índice de infestação (acima de 3,9%); 42 apresentaram médio risco ( com LirAa entre 1.0% e 3,9%) e 2 cidades ( Conselheiro Lafaiete, com 0,7% e Poços de Caldas, com 0,1%) tiveram baixo risco.

“Se compararmos os dados de janeiro de 2012 com o mesmo período de 2011, vamos observar que 2/3 dessas cidades mantiveram os mesmos índices ou abaixaram, porém 1/3 delas pioraram”, explica o Subsecretário de Vigilância em Saúde, Carlos Alberto Gomes.

“Quando você faz o LirAa, são identificados quais são os focos mais comuns de infestação pelo Aedes aegypti. Neste LirAa de janeiro de 2012, por exemplo,  pudemos constatar que os focos mais comuns foram: o lixo (doméstico, principalmente), bebedouros de animais ( lata d’água de cães e gatos) e os pratinhos para plantas”, detalhou o Subsecretário.

O LIRAa  é uma pesquisa de verificação domiciliar por amostragem que revela o índice de infestação da larva do mosquito Aedes aegypti. Ele ajuda os municípios a acompanharem de forma rápida e atualizada a situação da infestação e é um instrumento que auxilia na rápida tomada de decisões dos gestores para o controle da doença e demonstra como os municípios estão distribuídos em todas as regiões do Estado, o que espelha o aumento da infestação.

“O  LIRAa funciona como um alerta para os municípios, ele aponta para um potencial de epidemia, se nada for feito para impedir. A primeira providência dos municípios, e dos estados, com base nesses números, é intensificar as ações de controle nos pontos críticos, utilizando os indicadores como referência, principalmente, os depósitos predominantes. Também é fundamental a mobilização da sociedade civil, pois 85% dos focos de dengue estão dentro da casa das pessoas”, afirma,  a Referência Técnica em dengue da SES, Geane Andrade.  Ela também destaca que Força Tarefa de combate a dengue do estado já está atuando em vários municípios do estado, reforçando as ações de combate à dengue e mobilizando a população sobre a necessidade de evitar a doença. Aimorés, no leste do estado, é uma das cidades que recebe a equipe da força tarefa a partir desta semana.

Reunião com 30 municípios

Em 01/02, o secretário Estadual de Saúde de Minas Gerais, Antônio Jorge Souza Marques, reuniu-se com representantes de 30 cidades mineiras que apresentaram LirAa parcial elevado. O objetivo do encontro foi oferecer suporte aos municípios para o combate à dengue.

Entre as ações efetivas para a solução do problema, o secretário Antônio Jorge, anunciou liberação de R$ 1 milhão, recurso do Sistema Estadual de Transporte em Saúde (SETS), para a compra de aproximadamente 30 veículos do tipo picape, que irão auxiliar no transporte dos agentes e insumos, considerado pelos secretários municipais, durante a reunião, como um dos grandes gargalos na promoção das ações. Além disso, está sendo feito o treinamento de 50 médicos que irão, através das Regionais de Saúde, otimizar e capacitar a ação dos médicos locais para um melhor e mais eficaz diagnóstico da doença, uma vez que muitos dos casos que evoluem para o óbito estão diretamente ligados ao manejo clínico.

Além disso, o secretário Antônio Jorge, anunciou que, neste ano, os municípios não serão mais responsáveis pela hospedagem e alimentação dos agentes da força tarefa, pois será responsabilidade da SES.

A secretaria estadual também irá elevar o número efetivo de agente de endemias.  O número necessário nesses municípios são 1.043, porém, atualmente, eles possuem 880 agentes, um déficit de 163 profissionais.

Até o momento foram notificados 4.491 casos de dengue em Minas Gerais.

Os municípios convocados foram: Pocrane, São José da Safira, Marilac, Recreio, Glaucilândia, Central de Minas, Mathias Lobato, Naque, Aimorés, Araguari, Bocaiúva, Bom Despacho, Campo Belo, Curvelo, Dores do Indaiá, Ipatinga, Itabira, Itaúna, Ituiutaba, Januária, Montes Claros, Nova Serrana, Pará de Minas, Pirapora, Pompéu, Teófilo Otoni, Timóteo, Ubá, Unaí e Várzea da Palma.

Parâmetros
menor que 1% – baixo risco
entre 1,0 e 3,9% – médio risco
acima de 3,9% – alto risco
municípios que não fazem LIRAa
Índices LIRAa Janeiro 2012 – Minas Gerais
Município IIP JAN 2011 IIP JAN 2012
Aimorés 4,4 4,6
Além Paraíba 2,1 1,9
Alfenas 2,4 2,4
Araguari 4,5 5,5
Araxá 1,7 1,9
Arcos 4,6 3,5
Belo Horizonte 3,8 3,1
Betim 4,7 2,4
Bocaiúva 11,0 7,6
Bom Despacho 4,1 11,4
Brumadinho 3,8 2,3
Campo Belo 4,4 6
Carangola 1,1 2,2
Caratinga 3,6 2,8
Cataguases 2,8 2,6
Conceição das Alagoas 2,3
Conselheiro Lafaiete 0,5 0,7
Contagem 2,9 1,0
Coronel Fabriciano 5,0 3,5
Curvelo 6,5 5,2
Divinópolis 4,5 3,4
Dores do Indaiá 2,2 7
Formiga 3,8 3,2
Frutal 3,4 3,4
Governador Valadares 7,2 7,7
Guaxupé 2,0 2,3
Ibirité 2,1 1,8
Igarapé 3,3 3,3
Ipatinga 7,7 7,3
Itabira 3,8 4,7
Itaúna 0,9 5
Ituiutaba 8,7 12,0
Janaúba 2,1 1
Januária 7,3 7,5
João Monlevade 2,1 1,7
Juatuba 3,8 3,6
Juiz de Fora 6,4 3,1
Lagoa Santa 1,2 3,3
Lavras 2,0 2,1
Leopoldina 4,2 2,2
Manhuaçu 2,2 1,5
Matozinhos 5,5 10,1
Montes Claros 7,2 6,4
Muriaé 1,5 1,3
Nova Lima 3,6 2,2
Nova Serrana 1,3 4,4
Pará de Minas 3,0 4,9
Paracatu 6,3 7,2
Passos 2,6 1,7
Patos de Minas 1,6 1,4
Pedro Leopoldo 3,3 4,9
Pirapora 7,1 10,4
Poços de Caldas 0,5 0,1
Pompéu 7,8 4,9
Ponte Nova 6,2 3,4
Ribeirão das Neves 3,5 4,4
Sabará 4,7 7,8
Santa Luzia 2,1 1,6
São Francisco 2,7 2,4
São João del Rei 5,2 1,7
São Joaquim de Bicas 2,4 1,1
Sarzedo 1,5 1,6
Sete Lagoas 4,9 5,8
Teófilo Otoni 3,4 5,3
Timóteo 6,2 5,2
Ubá 3,4 5,4
Uberaba 2,8 3,4
Uberlândia 3,0 2,8
Unaí 3,0 4,8
Varginha 2,0 1,4
Várzea da Palma 10,8 11,8
Vazante 1,3 4,9
Vespasiano 2,9 3,9
Visconde do Rio Branco 2,4 1
FONTE CZVFRB/DVA/SE/SVEAST/SES-MG
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