Rede de atenção à saúde é discutida em seminário promovido pelo Conass

Para discutir o papel da gestão estadual do SUS na rede de atenção à saúde, o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), organizou, em Brasília, no Hotel Nacional, o seminário “ O papel da gestão estadual do SUS na Rede de Atenção à Saúde”,  que reuniu cerca de 300 representantes de todo o País. As redes de atenção à saúde são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio logístico, técnico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.

A presidente do CONASS, Beatriz Dobashi, ao abrir o seminário, falou sobre a importância do debate sobre Redes. “É importante que todos vocês participem e dêem as suas contribuições, pois todos os encaminhamentos que ficarem estabelecidos aqui, junto aos outros já definidos em assembleias e outros fóruns, serão levados amanhã, à Comissão Intergestores Tripartite para uma discussão entre as três esferas do governo, de maneira que nós possamos fortalecer a Atenção Primária à Saúde”.

A mesa, presidida pelo secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Antônio Jorge de Souza Marques, que também é vice- presidente do CONASS para a região sudeste, chamou a atenção pelo fato de ser formada apenas por mineiros. Além de Antônio Jorge, o secretário Nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães e o consultor Eugênio Vilaça. “Não por acaso, essa mesa é formada apenas por representantes de Minas Gerais. O modelo proposto nesse seminário é uma realidade em Minas. Estamos nos preparando agora para iniciar a gestão de processos de trabalho com foco nas equipes”, disse Antônio Jorge, explicando que a intenção é otimizar o trabalho realizado pela rede já existente no Estado, com foco na saúde da mulher e da criança, cujo objetivo é a redução da mortalidade infantil e materna.

 Foco no indivíduo : Ao tratar do tema proposto no seminário, Eugênio Vilaça, aponta para a incoerência que há entre a situação de saúde que combina transição demográfica acelerada e tripla carga de doenças, com uma forte predominância de condições crônicas e um sistema fragmentado de saúde. Esse sistema, alerta Vilaça, opera voltado principalmente para a atenção às condições agudas e para as agudizações de condições crônicas.

Quando organizado como rede, a atenção é voltada para o individuo. “Os problemas evitáveis podem ser solucionados por meio da integração do sistema e pela oferta de uma atenção contínua, proativa e eficaz no cuidado das condições crônicas”, alerta Vilaça, para quem “não será possível implementar as Redes, se não houver uma revolução na Atenção Primária à Saúde”. Segundo Vilaça, “é preciso mudar o atual modelo da Atenção que é centrado na doença para um modelo de Redes integradas, no qual a Atenção seja centrada na pessoa e na família”.

O secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, apresentou aos participantes a Rede Cegonha e reafirmou o compromisso do Ministério da Saúde em efetivar as Redes. “A SAS se coloca no papel de implementar, junto aos estados e municípios, as Redes de Atenção à Saúde. Esse encontro é muito propício para esse debate, pois temos aqui referências técnicas estratégicas de todas as secretarias estaduais de saúde, que irão colaborar  com suas propostas de operacionalização de uma Rede de Atenção à Saúde”.

O encontro continua na parte da tarde com uma mesa coordenada pelo secretário de Saúde do Amazonas, Wilson Alecrim. O tema do debate será a Atenção Primária à Saúde como coordenadora da Rede de Atenção à Saúde.

Saúde em rede

As redes de atenção à saúde são organizações poliárquicas de um conjunto de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, sob a coordenação da atenção primária à saúde – prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa e de forma humanizada -, e com responsabilidade tanto sanitária, quanto econômica por esta população. As redes de atenção à saúde se compõem de três elementos constitutivos fundamentais: uma população adscrita, um modelo de atenção à saúde e uma estrutura operacional. Do ponto de vista da estrutura as redes englobam cinco componentes: a atenção primária à saúde, o centro de comunicação das redes; os pontos de atenção secundários e terciários; os sistemas de apoio (apoio diagnóstico e terapêutico, sistema de informação em saúde e sistema de assistência farmacêutica); os sistemas logísticos (cartão de identificação dos usuários, prontuário da família, sistema de transporte em saúde e sistema de acesso regulado aos serviços de saúde); e o sistema de governança das redes.

CRÉDITO DAS FOTOS:Carlos Frederico Hollerbach (Conass)
Legendas: Apresentação de Eugênio Vilaça
Helvécio Magalhães, Secretário Estadual de Minas, Antônio Jorge e Eugênio
Vilaça

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